sexta-feira, 27 de abril de 2018

Qual peso do transporte público na saúde?

            Para uma boa qualidade de vida, precisamos respirar bem, e para isso acontecer o ar deve ser puro, o que infelizmente não existe, o ar está poluído e os principais causadores são veículos a combustão. Os gases que são liberados contêm monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio, hidrocarbonetos, óxidos de enxofre e material particulado (fumaça preta).

Mobilidade no Recife
             Na cidade do Recife não é diferente, em 2011 a frota já era de 988.202 veículos, e a cada ano esse número aumenta. Esse crescimento vem gerando problemas para a movimentação pelas ruas da capital pernambucana, a cidade é líder mais uma vez no ranking nacional das capitais com maior volume de ruas congestionadas, são 60% de lentidão no horário de pico, 14% de diferença em relação a São Paulo com 46%. Para quem depende do transporte público os problemas ainda são maiores; Terminais e ônibus lotados principalmente em horários de pico, deixando os usuários insatisfeitos. O auxiliar de marketing Manoel Neto gasta em torno de duas horas para ir de sua casa em Maranguape II, no município de Paulista, até o local onde trabalha, no centro do Recife. Em média são 22 km de distancia. “Todos os dias eu enfrento uma fila quilométrica no terminal de integração e só depois do terceiro ou quarto ônibus é que consigo um lugar para fazer a viagem sentado”, reclama.

                                     Foto: Lucas Silva


           
Uma mobilidade sustentável envolve a criação de vários modais, sistemas sobre trilhos, como metrôs, trens e V.L.T.s e os B.R.Ts, em conjunto com ciclovias e avenidas adequadas. Além de ter uma capacidade maior, o ônibus emite apenas 28g/km de CO2, contra 130g/km do carro, uma diferença perceptível e que faz uma grande mudança no ar. Recife e região metropolitana contam 
395 linhas que compõe o sistema público; 372 linhas são gerenciadas pelo Consórcio Grande Recife; 23 linhas são gerenciadas pela CTTU; destinadas ao sistema complementar. O SEI (Sistema Estrutural Integrado), é uma rede de transporte que funciona em conjunto o ônibus e o metrô, ambos possuem suas linhas integradas por meio de terminais exclusivos para essa função. Foi criando para atender o transporte em massa, pelo fato da tarifa ser única. Responsável por 185 linhas, das quais 123 são alimentadoras, 3 Perimetrais, 24 troncais, 18 Interterminais, 6 transversais e 11 circulares, atendendo dez dos quatorze municípios da Região Metropolitana do Recife.
                   
                                                 Foto: Urbana PE



Poluição
               A presença desses gases na atmosfera é um problema para toda a população. O monóxido de carbono (CO) não tem cheiro, não tem cor e nem sabor, é extremamente tóxico pode causar tonturas, vertigens, alterações no sistema nervoso central, podendo levar até a morte se inalado em grande quantidade, o dióxido de enxofre (SO2), presente na combustão do diesel, provoca coriza, catarro e danos irreversíveis aos pulmões e também pode levar a morte, os hidrocarbonetos, produtos da queima incompleta dos combustíveis (álcool, gasolina ou diesel), são responsáveis pelo aumento da incidência de câncer no pulmão, provocam irritação nos olhos, no nariz, na pele e no aparelho respiratório. A fuligem, que é composta por partículas sólidas e líquidas, fica suspensa na atmosfera e pode atingir o pulmão das pessoas e agravar quadros alérgicos como asma e bronquite, irritação de nariz e garganta e facilitar a propagação de infecções gripais.


                           
                                 Foto: Jefferson Tenório



               A poluição sonora é outro fator importante as principais consequências são: distúrbios do sono, estresse, perda da capacidade auditiva, surdez, dores de cabeça, distúrbios digestivos, perda de concentração, aumento do batimento cardíaco e alergias.

Mobilidade Urbana
         É o fator em que acontece o movimento de pessoas e automóveis nas vias  de transporte de um Município. Desse modo a mobilidade adequada é obtida através das políticas de transporte que buscam uma melhora na acessibilidade das pessoas no espaço urbano, dando prioridade ao transporte coletivo e não motorizados, ferrovias,  hidrovias e ciclovias;   
            O automóvel surgiu para solucionar a necessidade de locomoção, mas virou um problema, com um melhor poder aquisitivo, os brasileiros começaram a comprar seu próprio veículo, com isso o número de carros nas ruas foi se multiplicando de uma forma bastante acelerada e em consequência a poluição atmosférica e falta de espaço foi surgindo. No Brasil, a frota de automóveis e motocicletas teve crescimento de até 400% nos últimos dez anos. O especialista em mobilidade urbana sustentável Paulo César Marques defendeu mais políticas públicas para o transporte coletivo, em sua avaliação, deixar a responsabilidade nas mãos das empresas, atendendo às demandas de acordo com as leis, não funciona. “O transporte é um serviço público. Precisa ser encarado como um serviço público, e não como um item de mercado." O deputado Ronaldo Benedet (PMDB-SC) informou que andar de carro é mais barato do que de ônibus. "Nós estamos com um transporte coletivo mais caro do que o transporte individual. É quanto de gasolina? Eu vou gastar R$ 6 para ir e voltar. E, se vou gastar R$ 7 ou mesmo R$ 6 para ir de ônibus, vou no meu carro. E a mobilidade fica cada vez mais difícil, porque as filas ficam intermináveis. O cidadão das grandes cidades já perde grande parte do seu tempo no trânsito", afirmou Benedet. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) relatam que os subsídios para o transporte individual como a redução do IPI, são 11 vezes maiores do que os concedidos ao transporte coletivo.

     BRT

                                       Foto:Lucas Silva

                             
O BRT (Bus Rapid Transit),  é um sistema de transporte parecido com o metrô, proporciona um deslocamento rápido, confortável, seguro e eficiente por meio de sua infraestrutura. Sua capacidade é de 160 a 270 passageiros dependendo do veículo escolhido, é um modal que pode ser implantado em curto prazo para melhorar vários problemas, como superlotação, viagens perdidas e falta de conforto. Hoje o Grande Recife conta com seis corredores para ônibus, dois exclusivos para BRT que começaram a funcionar em Junho de 2014, a fim de resolver o problema de mobilidade na capital. No trecho leste/oeste, saindo de Camaragibe, até seu ponto final, a Estação Guararapes, no Recife, o percurso durava 1h30 em média, agora foi reduzido para 40min; e o Norte/Sul, que sai da cidade de Igarassu até o centro do Recife, com percurso que dura uma hora no máximo.
A população aprovou o projeto, mas os motoristas não se agradaram muito. Depois das intervenções feitas, o número de faixas para outros veículos foram reduzidas, na Av. Caxangá, por exemplo, passaram de três para duas. Assim começa uma disputa de espaço com os outros ônibus e, por causa das paradas constantes, os engarrafamentos se formam. De acordo com o diretor de operações do GRCT, André Melibeu, esses transtornos só vão acabar quando as obras terminarem e todas as linhas de BRT estiverem funcionando, pois nenhum outro ônibus irá trafegar pelas vias.

IMPACTO

                             
 Foto: Jornal do Commercio



Sua criação não gera em torno apenas da mudança de frota, mas sim em todo o espaço escolhido. As faixas exclusivas e as estações elevadas são os pontos que devem ter prioridade nos estudos, o EIA também é bastante importante na criação do projeto por causa dos impactos que a construção pode causar. Além dos benefícios já citados, sua implantação faz com que outras linhas sejam extintas ou que tenham o percurso modificado para o terminal integrado mais próximo, podendo então reduzir a quantidade de ônibus nos centros urbanos. Depois de pronto o BRT se torna um serviço atraente pelo conforto e agilidade que oferece, se as pessoas começarem a trocar seu veículo particular pelo BRT, serão menos carros nas ruas e em consequência menos engarrafamentos.


E O METRÔ?
                              
Foto: Metrorec/Divulgação

                                                                          
O transporte pelas ferrovias totalizam aproximadamente 30.000 quilômetros de extensão, malha considerada pequena ao comparar a medida territorial. Existem, no Brasil, duas grandes empresas ferroviárias: a RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A), e a FEPASA (Ferrovias Paulistas S.A). As ferrovias brasileiras, em 1980, entram em estado de sucateamento, e a ampliação da malha ferroviária foi sendo reduzida por motivos fiscais. No entanto, houve uma necessidade de recuperar os meios de logística, em 2011, validando a Lei 12.379 que dispõe do Sistema Nacional de Viação (SNV), busca-se trabalhar com o Programa de Aceleração Ferroviário (PAC Ferroviário). O Programa visa à expansão e o melhoramento da malha existente, além de viabilizar trens de alta velocidade.Tais obras serão conexões dos principais centros urbanos do País proporcionando benefícios na mobilidade, na segurança, no tempo e no conforto dos usuários.

Transporte público livre do diesel

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